Tempo de ciclo: o que é e como calcular na sua empresa


Atualizado em 20/05/25 - Escrito por João Pedro na(s) categoria(s): Produção

Guia do KPI para indústrias

Tempo de ciclo é o tempo necessário para a execução de uma tarefa. Em uma indústria, considera-se o que envolve a fabricação de uma peça, incluindo preparação, de carregamento, de agregação de valor, de refinamento, e de descarregamento até onde o item deve ficar.

Logo, trata-se de um KPI extremamente importante para medir tempo e eficiência na produção. É com ela que você consegue planejar suas entregas, encontrar gargalos produtivos, entender momentos de substituir ou capacitar peças do processo etc.

Conhecer o tempo de ciclo, logo, é bem importante. Inclusive, cabe destacar que não é o mesmo do que takt time, apesar de ter relação com ele e com o lead time. Ficará mais fácil de entender sobre tudo isso no artigo abaixo, onde eu trouxe a explicação detalhada do tema.

Faça uma boa leitura!

O que é tempo de ciclo? Por que é importante calcular?

O tempo de ciclo se refere à duração de um processo ou de uma etapa de um processo produtivo. Pode ser aplicado em vários segmentos, mas normalmente utiliza-se na indústria e considera tudo que envolve a obtenção de uma única peça.

Dessa forma, incluímos todas as etapas de fabricação, o que inclui preparação, carregamento, processamento, agregação de valor, descarregamento e transporte até o destino que marca o fim do processo.

No caso de fábricas que não conseguem processar um único produto, mas grupos, utiliza-se o Tempo Efetivo de Ciclo de Máquina e se faz uma divisão por item. Por exemplo, uma fábrica de queijos que esteja calculando a fermentação do leite.

Se essa fábrica fermenta 5 litros por hora, mas precisa de 1 litro para cada produto (peça de queijo), então esse processo representa 12 minutos no tempo de ciclo. Parece “contra-intuitivo”, mas isso serve para que se consiga ver a nível de produto na hora do balanceamento para conseguir mexer no processo todo.

A soma dos tempos de ciclo nos leva ao lead time quando somamos aos tempos de ciclo na gestão e operação das etapas que vão do pedido do cliente à entrega do produto. Ou seja, aquelas que estão fora do processo produtivo.

Conforme você organiza seus processos, seu layout de fábrica, etc, o tempo de ciclo jamais pode ser superior ao takt time (que é o ritmo de produção). O correto é buscar que o tempo de ciclo fique entre 75% e 90% do takt time. Valores inferiores levam à ineficiência e valores superiores podem levar a paradas de linha caso aconteça algo.

Relação entre tempo de ciclo, lead time e takt time

A relação entre o tempo de ciclo, lead time e takt time é fácil de ser compreendida quando lemos a definição de cada um, próximos um ao outro:

  • Tempo de ciclo: duração de um processo ou etapa de processo e, dentro do contexto comum, de fábrica, estamos falando de processos produtivos para a fabricação de uma única peça, subproduto ou produto;
  • Lead time: soma de todos os tempos de ciclo, incluindo da gestão e da logística, assim como tempos de fila, transporte e tudo que envolve desde o pedido de venda até a entrega ao cliente;
  • Takt time: Ciclo de tempo ideal para o processo de produção de uma mercadoria na sua indústria. Isso significa tanto o tempo efetivo disponível para a produção quanto a demanda e o ritmo de vendas desse mesmo item.

Como calcular o tempo de ciclo?

Calcular o tempo de ciclo é fácil, apesar de que pode ser trabalhoso se feito à mão ou com planilhas em vez de um ERP Industrial. Você só precisa cronometrar o tempo das etapas do processo e dividir pelo número de  peças produzidas naquele lote.

A fórmula é:

Tempo de Ciclo = Tempo de Produção / Nº de Unidades Produzidas 

Claro, se a etapa ou o processo fabricar apenas uma unidade, você já sabe o tempo de ciclo – é a duração da tarefa em si. Cabe dizer também que algumas máquinas já apresentam seu tempo de ciclo, mas é sempre bom calcular igual, pois descompassos podem levar a alterações.

Importante: etapas como o transporte da matéria-prima até o setor ou o envio do produto ao estoque podem ou não entrar nesse cálculo, depende da forma como a empresa define seu tempo de ciclo. Em definições mais enxutas e técnicas, esses deslocamentos são considerados parte do lead time, e não do tempo de ciclo.

Como fazer análise de tempo de ciclo

Calcular o tempo de ciclo é saber o valor do mesmo, diferente de uma operação de análise, que é outra etapa de um PODC. Planejar, organizar, dirigir e controlar. Quando queremos analisar, pegamos esses números para identificar gargalos e oportunidades de melhoria.

Conhecendo seus tempos de ciclo, a primeira coisa a se fazer é bater os valores com o planejamento que você tinha para eles. Se houver descompasso, cabe investigar se o problema foram nos planos ou na execução.

O segundo passo é comparar ao takt time. O ciclo deve estar dentro do ritmo planejado. O índice chave de desempenho deve fechar entre 75% e 90%. Se o tempo do ciclo estiver abaixo disso em comparação ao takt, você está ineficiente, acima, corre o risco de paradas.

Depois, é importante comparar ao que se sabe do benchmarking. Se você está longe ou dentro do padrão do mercado. É assim que se encontra oportunidades de diferenciais também em ritmo de produção.

Por fim, com todas essas informações, vamos olhar para dentro da fábrica. Mesmo com valores dentro do esperado no tempo de ciclo, uma análise próxima, gastando sola de sapato com os operadores, permitirá conferir in loco formas de melhorar seus tempos de produção.

5 Dicas de como reduzir o tempo de ciclo da sua empresa

Estas 5 dicas são rápidas, práticas e de alta aplicabilidade na sua empresa:

  • Mapeamento dos processos produtivos: é assim que você identifica gargalos e lacunas que precisem ser resolvidas. Quando se pensa em tempo de ciclo e em cadeia de valor, essa etapa (mapeamento) é essencial. Com o mapa, você consegue perceber coisas como processos que não estão padronizados (aprenda a fazer o mapeamento de processos);
  • Padronização dos processos: é essencial padronizar processos para identificar oportunidades de melhoria contínua;
  • Treinamento de equipe: sempre há colaboradores com desvios no trabalho, então é necessário manter todos capacitados, principalmente quando se mudam as operações, seja por mudanças no layout, inovações ou outras razões;
  • Automação dos processos: usar tecnologia para colocar seu mapa em ação é importante para alcançar a maior eficiência possível, até para identificar os gargalos (um ERP industrial é o ideal para essa automação);
  • Plano de manutenção: ter planejamento para manutenções preventivas e preditivas é o ideal para reduzir ou eliminar paradas e desperdícios.

Por fim, todas essas dicas podem ser encontradas dentro da filosofia Kaizen: a ideia de investir sempre em melhoria contínua.

Como controlar o tempo de ciclo de forma integrada ao resto da empresa

Você consegue controlar todos os tempos de ciclo da sua indústria a partir de apenas uma tela. E esse painel estará integrado com o takt time, lead time, e todos os processos de produção, gestão, logística e comércio. Ainda, todos os dados aparecem em tempo real – você sabe exatamente o que está acontecendo no chão de fábrica.

A forma de obter esse controle todo está no Nomus ERP Industrial, um sistema de gestão integrada desenvolvida para atender todas as necessidades de uma fábrica. Conectado com máquinas, chão de fábrica, gestores e colaboradores no geral, sua administração chega em outra escala.

Por exemplo, veja como é fácil fazer o reporte de produção de um produto:

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Saiba mais sobre produtividade industrial

Tempo de ciclo, takt time, lead time, lean e outros são termos absurdamente importantes para quem quer estudar como melhorar a capacidade produtiva da empresa. Por isso, acessar boas fontes de informação é essencial para os resultados da sua manufatura.

Neste blog, eu, meus colegas e convidados, publicamos recorrentemente artigos sobre diferentes assuntos ligados à gestão fabril. São matérias que abordam produção, manutenção, contabilidade, comercial, marketing, entre outros.

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Autor do Artigo

João Pedro

Redator Industrial e Copywriter. Bacharel em Tradução do Inglês pela UFRGS. 10+ anos de redação, storytelling, tradução e criação de nomes de empresas.

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