O que significam as siglas mais essenciais na gestão industrial – parte 1


Atualizado em 11/07/23 - Escrito por Fernando Pereira na(s) categoria(s): Produção

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Algum tempo atrás escrevi um artigo sobre 64 siglas de gestão que todo gestor precisa saber. Nele, apresentei algumas das principais siglas utilizadas na gestão industrial que, muitas vezes, confundem a nossa cabeça. A partir da grande repercussão que ele ganhou, comecei a me questionar: De que adianta eu lhe mostrar o que significa as siglas sem te mostrar para o que serve e onde você vai usar? Por isso resolvi dar sequência ao trabalho e entrego a você a primeira parte, de uma série de 8 publicações, com uma interpretação mais ampla de cada uma destas siglas e em qual área do seu negócio ela costuma ser mais utilizada.

1. ABC – Activity Based Costing (Custeio Baseado em Atividades).

O ABC é um sistema de custeio que permite ter um conhecimento melhor dos custos, por meio de uma análise das atividades executadas na empresa, conforme detalhado no post que fala sobre 3 princípios de custos.

O método verifica quais atividades consomem mais os recursos da empresa e compara com as passagens dos produtos por cada atividade. Desta forma, observamos quais os produtos com mais custos; é uma boa forma de analisar os custos indiretos da fabricação de produtos.

O principal objetivo do sistema é gerenciar a lucratividade através da análise dos custos. O ABC reconhece os relacionamentos de causa dos responsáveis pelos custos das atividades, e utiliza esta informação para amenizar as distorções provocadas pelo uso dos métodos tradicionais de rateio dos custos indiretos.

2. ABC Classification (Classificação ABC)

Este método de classificação utiliza critérios de demanda e valor para classificar os produtos em três categorias dentro da curva de Pareto (80% das consequências advêm de 20% das causas). Isto indica que a classificação busca ações que necessitam de menos esforço sobre itens que apresentam maior lucratividade.

A classificação nas categorias A, B ou C é dada de acordo com os critérios abaixo:

  • Categoria “A”: Nesta categoria entram os itens que possuem pouca demanda (volume de venda baixo), mas apresentam muito valor (boa representatividade financeira).
  • Categoria “B”: São classificados como “B” os itens que apresentam valores intermediários tanto em volume de venda (quantidade demandada) quanto em ganho financeiro (valor).
  • Categoria “C”: Ficam os itens que apresentam muita quantidade demandada e baixo ganho financeiro.

3. AIS – Automated Information System (Sistema de Informações Automatizado)

Sistemas de Informações são sistemas que administram o fluxo de informações que circulam em redes. Se um sistema manipula dados e gera informações, independente de usar ou não recursos de computação, ele pode ser considerado um sistema de informação. Os sistemas de informações cumprem funções de:

  • Armazenar
  • Coletar
  • Processar/Analisar
  • Disseminar

Os sistemas de informações automatizados (que também são conhecidos como sistemas de informação computadorizados) são os sistemas que se utilizam de recursos tecnológicos para de desempenhar sua função (ou pelo menos parte dela) de maneira autônoma, sem que ocorra  interferência de um operador.

Os sistemas de informação automatizados possuem uso em larga escala atualmente, levando as empresas a se tornarem cada vez mais dependentes deles, por sua capacidade de processar informações de modo rápido e preciso, disponibilizando-as em tempo real.

A Exigência do bloco K no Sped fiscal

No Brasil, a exigência do bloco K do SPED fiscal está fazendo com que as empresas intensifiquem a implantação de sistemas de informações automatizados.

Esta exigência fará com que as indústrias de transformação se informatizem e percebam as vantagens que essa informatização trará para a empresa. Para saber mais sobre o Bloco K e suas exigências, assista o seminário que organizamos com o pessoal do Nibo: 11 processos essenciais do Bloco K para sua indústria atender às novas demandas.

4. APS – Advanced Plannig  and Scheduling ou Advanced Planning

O objetivo dos sistemas APS é realizar o sequenciamento das ordens de produção, gerar programas de produção realistas e de extrema confiabilidade. Planejar é antecipar o futuro, que traz consigo muitas incertezas. Por isso, os sistema APS precisam analisar diversas variáveis e considerar os prováveis cenários. Uma observação importante é que as soluções de programação da produção baseadas em sistemas APS fazem o sequenciamento com capacidade finita.

O uso da ferramenta APS no Brasil ainda é pequeno, apesar de estar crescendo regularmente. A expectativa é de que esse cenário mude em um curto espaço  de tempo. Existem dois fatos que nos fazem acreditar nessa afirmativa:

Redução de Custos

A busca constante pela redução de custos e perdas, bem como melhora no aproveitamento dos recursos (o que irá gerar um aumento consequente na produtividade), principalmente pelo fato do país estar atravessando uma crise econômica, faz com que as empresas sejam mais sensíveis ao uso de recursos que alcancem os resultados buscados.

Aprenda sobre o conceito Just in time: significado, conceito e exemplo nas empresas

Alguns ganhos dos sistemas APS são:

  • aumento da capacidade de produção aparente
  • redução de perdas
  • redução de custos de produção
  • redução de estoques em produção e de produtos acabados
  • redução da ociosidade dos recursos
  • melhoria no gerenciamento de compras
  • mão de obra direta
  • melhoria na relação com o cliente.

5. ATO – Assembly to Order (Montagem sob Encomenda)

Modelo de fabricação no qual os principais componentes do produto são produzidos e armazenados de acordo com a previsão de demanda, porém, o término da montagem do produto só ocorre após a chegada do pedido do cliente. Esse modelo de produção pode ser considerado um intermediário entre a produção puxada e a produção empurrada. O Rômulo Henrique faz uma excelente descrição deste e de outros ambientes de produção neste post.

Estocamos apenas os componentes com maior demanda, reduzindo assim os estoques, ao passo que se consegue manter um lead-time relativamente curto quando comparado ao modelo tipicamente puxado, posto que uma parte significativa da produção já estava adiantada entes do pedido. É um modelo indicado para empresas que um grupo reduzido de componentes utilizados para a montagem de diversos produtos finais.

6. BI – Business Intelligence (Inteligência Empresarial)

É o processo de coleta, organização, análise, compartilhamento e monitoramento de informações que dão suporte a tomada de decisão de uma grande variedade de negócios, que vai do nível operacional ao estratégia de organização. Em outras palavras, é um conjunto de teorias, metodologias, processos, estruturas e tecnologias que fazem com que dados brutos sejam trabalhados e se transformem em informações úteis para os tomadores de decisão da empresa.

Tecnologias de BI fornecem:

  • dados históricos, atuais e previsões do comportamento do negócio
  • relatórios, processos de análise online
  • mineração de dados
  • processamento de eventos completos
  • gerenciamento de desempenho dos negócios

Veja também: Business Intelligence (BI): o que é, como funciona e como aplicar em uma empresa

Hoje em dia, os softwares de gerenciamento industrial são os responsáveis por exercer estas atividades nas empresas, e estão cada vez mais presentes no dia a dia empresarial. Levando em consideração que o mercado atual exige que a empresa não erre na tomada de decisão e se mantenha altamente competitiva, aliado ao fato do Brasil estar atravessando uma crise econômica, o que potencializa a necessidade de minimizar erros e aumentar a produtividade, tais programas se tornam ainda mais parceiros dos gestores.

7. BOM – Bill of Material (Lista de Materiais)

A BOM fornece a estrutura do produto, ou seja, é a lista de componentes e quantidade dos mesmos, necessários para a manufatura mercadoria. Ela é utilizada desde a base da engenharia do produto explodindo a quantidade necessária de componentes que devem ser pré-produzidos ou comprados para que a ordem de produção seja atendida de forma plena (encontrada principalmente como retorno do MRP), até para comunicação entre parceiros de negócios. Na comunicação entre parceiros, sua utilização é indispensável nos dias atuais onde a redução de estoques é um foco permanente das empresas.

Nos sistemas de gerenciamento de PCP, como o Nomus, a lista de materiais pode ser analogamente comparada à espinha vertebral do sistema, visto que ela dará sustentação a todos os cálculos e resultados desses programas. Com a exigência do bloco K no SPED Fiscal, a chamada “lista de material padrão”, que nada mais é do que a BOM unitária, será a base de cálculo para consumo de matéria prima na indústria de transformação.

8. B2B – Business-to-Business

Expressão que denomina o relacionamento estabelecido entre empresas (“de empresa para empresa”). Pode ser utilizado para relacionamentos comerciais ou na troca de informações. Quando utilizado como relacionamentos comerciais ele abrange tanto operações de compra e venda como de prestação de serviços e, atualmente, é baseado principalmente no uso de sistemas de informações (troca de informações estruturadas).

Aplique os conceitos na prática

Conheça mais sobre o mundo industrial e tudo que o envolve, confira outros artigos que escrevi para o blog industrial Nomus e se inscreva para receber o nossos artigos direto no email. Conheça também o software Nomus PCP, que aplica estes conceitos da melhor forma possível, otimizando toda a área de gestão e produção industrial.

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