6 situações que levam seu planejamento estratégico para o ralo


Atualizado em 24/10/22 - Escrito por Roberto Machado na(s) categoria(s): Estratégia

Você sabia que quase todos os esforços relacionados ao planejamento estratégico são uma perda de tempo? Isso acontece porque para acontecerem, gastamos uma energia essencial para a empresa

A importância de definir este conceito, inicialmente, é devido ao fato do planejamento estratégico sempre ser realizado no âmbito de uma organização. Desta forma, devemos ter como base que o planejamento estratégico é o processo de elaborar a estratégia – definindo a relação entre a organização e o ambiente. Compreende a tomada de decisões sobre qual o padrão de comportamento que a organização pretende seguir, produtos e serviços que pretende oferecer, e mercados e clientes que pretende atingir.

De forma a colaborar ainda mais com o tema, sugiro ler este “post” sobre estratégia, que retrata as 5 Forças de Porter.

Veja agora, as 6 situações que levam a grande maioria dos planejamentos estratégicos a não funcionar:

1. Falta de foco claro na estratégia

A maior parte destes processos tornam-se conversas sobre quanto gastar e onde investir, e não necessariamente na estratégia. Há pouco espaço para debater sobre a definição do negócio e dedicar tempo  prospectando o mercado, o que é, como ele está evoluindo e quais produtos e serviços estão em alta ou não.

Podemos dizer que a maioria das organizações utiliza o orçamento como sistema gerencial básico para definição de metas, alocação de recursos e avaliação do desempenho. Com os orçamentos funcionando como principal ferramenta de controle das organizações, a atenção gerencial se concentra na consecução das metas financeiras de curto prazo.

Enfim, os orçamentos foram lançados numa época em que as grandes questões consistiam em aumentar a capacidade de produção e gerenciar as operações para controlar os custos. O orçamento ajudava os gerentes nesses dois processos táticos. O “posicionamento estratégico” e o “gerenciamento de proposições” de valor diferenciadas não eram altas prioridades.

Com decorrer do tempo as limitações da gestão por orçamento já foram se tornando notórias. Como disse o próprio Jack Welch, na época CEO da General Electric, quanto ao papel dos orçamentos nas corporações: “O orçamento é a maldição da América corporativa. Nunca deveria ter existido… A preparação do orçamento é um processo reducionista. Com ele, sempre se consegue o mínimo das pessoas, pois todos estão negociando pelos números mais baixos”.

A maioria dos gerentes também usa o orçamento como ferramenta para revisão e avaliação do desempenho. Agora juntando os dois processos – planejamento e controle – temos: a maneira como os executivos conduzem as revisões de desempenho do processo na fixação de metas, na geração e seleção de iniciativas, e nas justificativas para as deficiências de desempenho.

Veja também: 

2. Ausência de realocação de recursos

Apenas uma pequena parte dos recursos, supostamente sob seu controle, são efetivamente “discricionários”. Geralmente, é muito difícil liberar recursos de uma área dos negócios para financiar investimentos em outra.

De forma a ficar mais claro, podemos relacionar que o ato “discricionário”  é aquele praticado com liberdade de escolha do administrador. Isso não significa que por dar esta margem de liberdade ao administrador à distribuição dos recursos de uma organização não poderá prejudicadas.

3. A importância da liderança é ignorada

Em geral, as lideranças de uma indústria têm as melhores remunerações da empresa. Apesar disso, o planejamento estratégico normalmente não faz uma distinção entre líderes e liderados. Com isso, cria-se uma expectativa de que todos tenham a mesma performance, com uma pequena variação, puxando a exigência dos líderes para baixo e exigindo dos liderados mais do que eles podem entregar.

Veja mais: Como motivar e conquistar a parceria dos colaboradores de uma fábrica

Em outras palavras, devemos considerar que os líderes são responsáveis diretos pelo sucesso ou fracasso de uma organização. As mudanças para o aumento da eficácia exigem que os líderes abandonem alguns padrões, baseando-se em práticas relacionadas a resultados eficazes. Desta forma, o líder em seu papel no planejamento estratégico torna-se essencial conduzindo comportamentos, atitudes e ações em equilíbrio para a empresa e sociedade, através de acompanhamento de metas pré-estabelecidas, bem como seus planos de ações.

4. Falta de ligação entre a estratégia e as rotinas da equipe na linha de frente

O processo de planejamento é um bate-papo entre a equipe. E a partir do momento em que a estratégia é definida é necessário garantir que ela continue fazendo a diferença.

Como base e melhor entendimento sobre este tópico, podemos tomar como base o artigo que explica como fazer a ponte entre a operação e estratégia na sua indústria usando a gestão baseada em atividades.

5. O mesmo tempo de maturação é esperado para todos os negócios

Por planejamentos estratégicos e orçamentários estarem conectados e por possuírem uma frequência anual, o processo frequentemente se mantém em uma revisão anual dessas estratégias. O grande problema é que alguns negócios precisam revisar suas estratégias mensalmente, enquanto outros requerem uma revisão a cada dois anos. Uma mesma abordagem para todos os negócios não funcionam.

6. Utilização de abstrações baseadas em números

Para ser mais claro, não há nada de errado com números. Boas estratégias precisam estar diretamente relacionadas a resultados financeiros. Mas, se o planejamento estratégico não fala sobre estratégia, se não aloca recursos de forma eficiente, se não conecta com a linha de frente, nem integra decisões baseadas nos talentos, então o que é?

Mais vezes do que deveria, se torna um debate matemático – margem bruta padrão por região, crescimento médio de renda por categoria de produto e assim por diante. Desta forma, não tem como dar certo!

Então, em sua opinião como é um bom processo de planejamento?

Vale lembrar que é pouco realista presumir que você poderá realocar 100% dos recursos em um lapso temporal de duas semanas. O objetivo é fazer que cada recurso seja discricionário: por meio de um período de tempo realista, ele pode e deverá ser realocado para prioridades estratégicas.

Contudo, se você ficar atento à essas 6 situações, a empresa terá condições e ferramentas suficientes para conduzir de maneira satisfatória a gestão do negócio e para contornar imprevistos que venham a surgir, com uma boa margem de antecedência, uma vez que terá realizado uma análise das possibilidades. Se o planejamento, bem aplicado, pode tornar-se a ferramenta mais competitiva da empresa, atuando como um instrumento de comunicação, de acompanhamento e principalmente de aperfeiçoamento do aprendizado da organização.

Lembre-se: não basta traçar as diretrizes e desdobrar o planejamento com ações mapeadas e resultados almejados, se não houver o acompanhamento direto do administrador e revisão do conteúdo elaborado com uma frequência mínima trimestral. Isso significa realizar de forma sistemática a análise crítica do desempenho obtido. Dedicar-se a esses cuidados faz toda a diferença no cumprimento dos resultados!

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Matéria original: Endeavor


Um comentário

  1. GERSON FLORINDO DE SOUZA disse:

    Creio que dentro dos 98% de nao dar certo o planejamento e o ato de absorção dos agentes e atores que vao colocar me pratica o planejamento. Deve-se entender que uma das variaveis mais importante na execução do planejamento sera o compromisso de quem vai coloca-lo em pratica. Seguir rigorosamente o que foi determinado e vazer avaliações e ou correções constantes para a tomada de decisão.

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