Atualizado em 4/06/25 - Escrito por Thiago Leão com colaboração de João Pedro Brutschin na(s) categoria(s): Custos e Finanças
Custo real é o gasto que uma empresa deve em certo período ou processo de produção. Calcula-se matéria-prima, mão de obra e CIF para chegar nesse valor. Trata-se de um indicador de avaliação para saber se a empresa está gastando mais ou menos do que o esperado.
O custo real é um dado gerencial que pode ser usado em KPIs, geralmente é avaliada conforme o custo padrão da empresa – uma meta estipulada para analisar seus indicadores de desempenho de gastos com produção. Logo, é um dado muito importante da contabilidade gerencial da indústria.
Saber calcular o custo real é imprescindível para o controle de gasto e uma indústria. A produção é o coração de uma manufatura, cada centavo investido deve estar na ponta do lápis – mas apenas de forma metafórica, porque é preciso contar com a tecnologia nessas horas.
Aprenda tudo abaixo:
Índice do artigo
Custo real é exatamente o que o nome diz: o que você realmente gastou na fabricação de um produto. Só que esse gasto não se restringe à matéria-prima, porque mão de obra, eletricidade e até investimento no desenvolvimento criativo do design devem ser considerados. Estes últimos valores são o CIF – Custo Indireto de Fabricação).
O indicador custo real pode e deve ser aplicado de várias formas na sua gestão. Serve para comparar com o benchmarking, projetar expansões, considerar redução de custos, repensar a precificação dos produtos, mas, principalmente, avaliar o custo padrão. Isso é, comparar à meta estabelecida.
Custo padrão é uma ferramenta gerencial, um valor que se define como meta de gasto em uma produção.
Você planeja gastar x reais fabricando uma cadeira ou y reais de matéria-prima nesse produto? Esses são seus custos padrões. O que você efetivamente gastar é o custo real.
Quando o custo real e o custo padrão apresentam diferenças – e provavelmente apresentarão – é hora de reavaliar seus processos. Renegociar fornecedores, reavaliar colaboradores, considerar melhorias nos produtos ou alterar a forma com que se criam expectativas nos resultados da empresa.
O cálculo do custo real é obtido somando o gasto real de matéria-prima, o gasto real de mão-de-obra e o gasto real de CIF na produção de um produto. Cada um desses valores é obtido de forma diferente, usando cálculos separados, que você vê a seguir.
Custo real = custo real de matéria-prima + custo real de mão-de-obra + custo real de CIF
Cabe dizer que o cálculo geralmente é feito por unidade produzida.
Decifrando a fórmula:
Custo real de matéria-prima:
Esse é o valor mais fácil de ser obtido. Você calcula quanto de matéria-prima foi usada na produção da mercadoria, incluindo desperdícios provenientes de erros e perdas, assim como variações de preços. Se você gastou 10 gramas de ferro em uma cadeira e o kg do ferro está 100 reais, então você gastou 10 reais de ferro (valores hipotéticos para exemplo).
Custo real de mão-de-obra:
Aqui pode ficar um pouco mais difícil de descobrir, mas nada impossível. Você precisa calcular o custo total de mão-de-obra por hora dos seus colaboradores e multiplicar pelas horas trabalhadas na fabricação do produto. Em caso de fabricação em lote, é preciso dividir o valor pela quantidade fabricada.
Custo real de CIF:
Esse é mais complicado de calcular, mas a lógica é praticamente a mesma da mão-de-obra. Você faz um rateio dos custos indiretos pelas unidades produzidas. Para isso, considera gastos por hora, multiplica por horas trabalhadas e divide o valor por unidade produzida.
Olha, não vou mentir. Coletar e calcular o CIF é uma operação bastante complexa e fazer à mão inevitavelmente resultará em erros. Por isso, usar ferramentas digitais pré-configuradas permite ganhar muito tempo.
Planilhas e sistemas automatizam esse cálculo, ajudam na coleta dos dados, permitem gerar relatórios baseados em histórico e permitem enxergar caminhos de melhorias. Além do mais, erros nesse tipo de cálculo tendem a ser percebidos apenas quando é tarde demais – fazer à mão nunca é uma boa ideia.
Então, baixe grátis esta planilha de cálculo de custo real e formação de preço de venda, que além de tudo ajudará a considerar margem de lucro e outros valores na precificação dos seus produtos:
Este artigo ajuda você a entender o conceito e o cálculo do custo real. No entanto, só é possível obter esse valor de forma compatível com a realidade e de forma eficiente ao utilizar boas ferramentas de automatização. A indicação que eu tenho para essa operação é esta planilha de custo real e formação de preço de venda.
A ferramenta abaixo, completamente gratuita, calcula automaticamente o custo real da sua produção com base nos gastos com mão-de-obra, matéria-prima e CIF. Além disso, você consegue emitir relatórios, encontrar o preço correto para atingir a margem de lucro desejada com cada produto.
Existem 4 métricas de custo que separam seus gastos entre fixos ou variáveis, diretos ou indiretos, conforme as características de cada um. Esses valores e suas variabilidades devem ser considerados no cálculo do custo real assim como na determinação do custo padrão.
Entenda abaixo o que é cada um:
Saiba mais no artigo dedicado: Custos fixos, variáveis, diretos e indiretos – o guia completo para sua empresa
O custo padrão de uma produção é um valor-meta, o quanto a empresa planejam gastar na produção em sua fábrica. Pode ser estipulado para a produção toda ou por partes como, por exemplo, custo padrão de matéria-prima. Já o custo real é o gasto efetivo nessa produção.
Logo, um é o objetivo – o outro, o acontecido. O custo padrão é o que a empresa quer atingir, o custo real é o que a empresa atingiu. As diferenças entre os valores mostrará erros de expectativas, variações de preços, problemas ou oportunidades de produtividade, entre outros fatores – o que dependerá de um olhar mais minucioso para os dados.
Uma boa forma de comparar os valores lado a lado é através de um painel financeiro integrado em dashboards que conectam compras, vendas, RH, estoque, produção e outros dados da empresa. Dessa forma, torna-se possível encontrar os gargalos de gastos da empresa e onde é possível melhorar seus processos.
Custo alvo é uma ferramenta gerencial que, assim como o custo padrão, é determinado pela gestão como meta. No caso, se refere ao maior custo de produção aceitável para um produto e que ainda garantirá a margem de lucro desejada enquanto seu preço estiver competitivo no mercado.
O cálculo é realizado de trás para diante. Estipula-se o que seria um preço competitivo no mercado, remove-se a margem de lucro e o valor restante é o custo alvo.
A diferença entre custo padrão e custo alvo está na origem e na aplicação.
O custo alvo é o máximo aceitável para garantir o lucro desejado vendendo o produto sob certo preço. O custo padrão é determinado com bases relativas a materiais, mão-de-obra e CIF, dentro de um período definido sob certas condições específicas.
Por exemplo, a sazonalidade pode afetar o preço da matéria-prima e isso altera o custo padrão.
Custo meta é o valor máximo que se pode custar um produto na sua fabricação e garantir a margem de lucro desejada ao vendê-lo dentro de um preço competitivo no mercado. É obtido ao se determinar qual seria o preço competitivo e subtrair a margem de lucro.
“O custo-meta é um sistema de predeterminação de custos utilizado pelas empresas na fase de planejamento/desenvolvimento de um novo produto, levando em consideração fatores externos (como as condições mercadológicas), estrutura da empresa e o quanto de lucro a empresa deseja obter. Através da análise desses fatores, a empresa pode identificar qual o custo de produção determinado em função do mercado e da sua estrutura (custo projetado) e qual o custo-meta em função da sua expectativa de lucro. Dessa forma, ela define se é viável ou não um novo produto. O custo-meta é um instrumento para gerenciamento estratégico de custos, que proporciona resultados no longo prazo. Não se pode esperar resultados imediatos.”¹
Trata-se de tradução alternativa para target cost, tal como custo alvo. Você pode entender sua diferença para custo padrão no tópico anterior.
Custo de oportunidade é um termo da economia para custos e benefícios dos quais se abre mão ao se renunciar a uma oportunidade. O custo de oportunidade para uma coisa, como um produto, é tudo que você renunciou para obtê-lo.²
Exemplo:
Considere uma empresa metalúrgica que trabalha com fundição de peças de aço para a indústria automotiva que opera nesta situação mensalmente:
Então, essa fábrica recebe um pedido para fabricar peças Y para um cliente da indústria ferroviária que traz os seguintes valores mensalmente:
Vamos à análise do custo de oportunidade:
O aproximadamente é um ponto importante: há custos envolvidos no desenvolvimento de uma nova operação, como alocar recursos, modificar processos, capacitar colaboradores etc.
Logo, se nessa diferença de lucros o valor fosse 0, o custo de oportunidade seria acima de 0, por conta desses gastos e investimentos de mudanças na operação.
Cálculos de custo real, padrão, variável, fixo, é muita coisa para se lembrar. Não dá para fazer tudo à mão nem ter uma planilha para cada operação. É irreal, é inumano. Por isso, o ideal é ter um sistema que já faz todas essas operações automaticamente e de forma integrada.
É o caso do ERP. Um sistema de gestão integrada é capaz de conectar todas as áreas da empresa para saber quanto você está gastando com cada passo e cada processo da sua fábrica.
A partir de uma mesma tela, você tem todos os dados necessários para avaliar seus custos e tomar as decisões corretas para melhorar seus resultados.
O melhor de tudo: se for o Nomus ERP Industrial, você poderá personalizar seus relatórios da forma que quiser e conferir todas as informações em tempo real.
O que acontecer no chão de fábrica aparece na sua tela.
Quer fazer uma análise real desse sistema? Então, assista à demonstração grátis:
¹ Fraga Lerner, Daiane; Medeiros da Silva, Letícia; de Souza, Marcos Antonio Instrumentos para Gerenciamento de Custos: Custo-Meta, Custo-Padrão e Custo Kaizen GESTÃO E DESENVOLVIMENTO, vol. 4, núm. 1, enero-junio, 2007, pp. 51-60 Centro Universitário Feevale Novo Hamburgo, Brasil. Disponível em: https://www.redalyc.org/pdf/5142/514252210005.pdf
² Stockman, Alan C. (1999). Introduction to economics 2.ª ed. Fort Worth: Dryden Press. OCLC 41164220. Disponível em: https://www.worldcat.org/oclc/41164220
Engenheiro Mecânico Industrial formado na UERJ, Sócio e diretor comercial da Nomus. Thiago já atuou em fábricas de diversos setores, como: Embarcações, perfuração submarina, metal mecânica, materiais de escritório, alimentício, cosméticos e tubulação.
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