Niquelação: o que é, tipos e como fazer


Atualizado em 28/04/25 - Escrito por Thiago Leão com colaboração de João Pedro na(s) categoria(s): Produção

Gestão de processos

Niquelação é o processo de cobrir um material, peça ou produto com uma camada de níquel. Esse processo pode ter fins decorativos, de aumento de resistência a corrosão e desgaste, ajustar espessura e tamanho de peças desgastadas, ou até mesmo restauração.

Esse tipo de processamento de material, que tem impacto na qualidade e na estética da peça, é bastante requisitado na indústria. Há variações do processo que são aplicadas conforme a disponibilidade de recursos e finalidade da niquelação.

Por ser um processo que surgiu há, no mínimo, 200 anos atrás e que continua funcionando de forma bem semelhante, se tornou um conhecimento básico para profissionais da área da indústria que operam com metais e materiais semelhantes. Hoje, você vai conhecê-lo melhor.

Faça uma boa leitura!

Niquelação: o que é, tipos e como fazer

O que é niquelação? Para que serve a niquelação?

A niquelação, também conhecida como niquelagem ou niquelização, é o processos de cobrir uma peça, produto ou material com uma camada de níquel. O objetivo desse trabalho é dar mais resistência, modificar a forma e também deixar o item mais bonito.

Esse processo de transformação de materiais é uma versão da galvanoplastia e é semelhante à galvanização. Sua diferença está exatamente no uso do níquel e nas técnicas necessárias para operar com esse metal específico.

Que tipos de indústria usam a niquelação?

Todas as indústrias que operam com materiais metálicos podem se beneficiar da niquelação, a depender da peça e fim do produto. Um exemplo bem próximo das pessoas, no dia a dia, é o dinheiro. Muitas moedas na história foram niqueladas.

Além disso, a niquelação é utilizada em setores como:

  • Automotor: peças como pára-choques e maçanetas podem ser protegidas de corrosão e desgaste, além da melhora na sua estética;
  • Eletroeletrônico: revestir conectores e circuitos elétricos com níquel melhora a capacidade de condução;
  • Aeroespacial: aeronaves revestidas com níquel estão protegidas contra corrosão e atrito;
  • Médico-odontológico: há ganho em resistência e higiene ao se aplicar níquel nos instrumentos cirúrgicos;
  • Entre outros.

Como é o processo de niquelação?

O processo de niquelação pode ser aplicado de diversas formas, conforme o seu tipo. Por isso, para entendimento geral, vou usar de referência a niquelação química. Nessa forma de revestimento com níquel, é realizado o banho no elemento sem passagem de corrente.

  1. Prepare a superfície para remover impurezas, óxidos, graxas e outros contaminantes usando processos como desengraxe químico e decapagem ácida;
  2. Mergulhe a peça em uma solução especial para niquelação, contendo íons de níquel, redutores químicos, e aditivos estabilizadores e catalisadores. Essa solução química deve estar aquecida em temperatura que vai entre 70ºC a 95ºC conforme a sua formulação;
  3. Aguarde a deposição de níquel de forma homogênea sobre a peça, que nesse método alcançará até mesmo áreas internas e superfícies irregulares;
  4. Faça enxágue com água desmineralizada para remover resíduos da solução de niquelação enquanto evita impurezas;
  5. Seque a peça com cuidado para não contaminar;
  6. Aplique os demais tratamentos opcionais, conforme o objetivo;
  7. Faça a inspeção de qualidade da peça (use este checklist de inspeção de chão de fábrica).

Assista ao processo em video oferecido por um professor:

Tipos de Niquelação

A niquelação pode ser realizada de diversas formas, de acordo com seus objetivos e ferramentas disponíveis. Você pode usar produtos químicos, banhos de níquel, eletrochoques e outras técnicas possíveis.

Conheça a lista dos principais tipos de niquelação:

  1. Niquelação autacatalítica – outro nome para o processo de niquelização química, realizado com deposição  não precisa de corrente elétrica;
  2. Niquelação dura – quase o mesmo que niquelação química ou autocatalítica, sendo a diferença no fato de que se usa pirofosfato como agente redutor e resultando em fósforo sendo aplicado na peça e um revestimento mais duro;
  3. Niquelação eletrolítica – responsável por depósitos mais brilhantes, densos e nivelados, onde se dá banho com níquel eletrolítico, ou seja, auxiliado de uma corrente elétrica aplicada por uma barra condutora ligada a uma fonte de corrente contínua;
  4. Niquelação interdifundida – tipo de processo onde o revestimento de níquel passa por uma etapa de difusão térmica para integrar melhor o elemento com o substrato metálico, aumentando a proteção contra corrosão, a aderência e a resistência mecânica;
  5. Niquelação química – o banho de níquel químico, já explicado na parte de como funciona a niquelação, consiste de mergulhar a peça em uma solução de niquelagem para fazer a deposição do elemento;
  6. Niquelação brilhante – versão focada em aumentar resistência, durabilidade e brilho da peça através de deposição eletrolítica ou química. A diferença que garante o resultado mais brilhoso é o uso de aditivos orgânicos no banho eletrolítico.

Diferença entre niquelagem e cromagem

A maior diferença entre niquelar e cromar uma peça, além de qual elemento químico está sendo usado, está no objetivo do processo. Cromar uma peça dá mais resistência e durabilidade, mas menor ductilidade, ou seja mais risco de fissuras sob tensão, em comparação ao processo de niquelar.

Ao mesmo tempo, o níquel oferece aparência que varia de fosca a brilhante, de amarelada a esbranquiçada – bem diferente do cromo, que deixa as peças branco-azuladas brilhantes, com acabamento espelhado.

Ah, e o revestimento de níquel ainda permite mais formatos de acabamento. Os cuidados e a manutenção das peças e acabamentos também variam. Enquanto cromo permite limpeza, o níquel, que é bem mais propenso a ficar manchado.

Por fim, mas não menos importante, o custo de ambos varia conforme o item específico e a qualidade do acabamento, ainda que a niquelação costume ser mais cara pelo custo da matéria-prima.

Conheça outros processos de transformação de materiais

A indústria opera com muitas matérias-primas e formas de processá-las, e um dos nossos objetivos neste blog é escrever sobre todos esses processos. Você já consegue ler sobre ao menos 14, que são os seguintes:

Os artigos acima estão compilados no livro digital Guia de Transformação de Materiais, baixe agora:

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Autor do Artigo

Thiago Leão

Engenheiro Mecânico Industrial formado na UERJ, Sócio e diretor comercial da Nomus. Thiago já atuou em fábricas de diversos setores, como: Embarcações, perfuração submarina, metal mecânica, materiais de escritório, alimentício, cosméticos e tubulação.

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4 Comentários

  1. Gostaria, de trabalhar com niquilagem brilhante, pois aqui na minha região(cidade) não tem ninguém que meche com isso, o local mais próximo fica a 150 km de distância e isso ia ser uma vantagem para mim, gostaria que vcs me ajudace a começar meu negócio próprio aqui na região

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