9 problemas no Chão de Fábrica que atrapalham o redimento da sua fábrica


Atualizado em 7/04/25 - Escrito por Thiago Leão na(s) categoria(s): Produção

Chão de fábrica

Um erro comum entre muitos gestores industriais é cobrar produtividade do chão de fábrica sem realizar investimentos estruturais e organizacionais que realmente favoreçam a melhoria contínua. Focar apenas nos resultados finais, sem olhar para os processos que os sustentam, é um caminho certo para a estagnação ou até para o declínio da performance.

A produtividade industrial está diretamente ligada à qualidade da gestão, da infraestrutura e da organização dos processos no ambiente fabril. Se a fábrica apresenta falhas nesses aspectos, dificilmente conseguirá alcançar os resultados desejados, mesmo com equipes dedicadas.

A seguir, conheça 9 problemas comuns no chão de fábrica que comprometem o rendimento e saiba como resolvê-los:

1. Layout inadequado e má ergonomia

Um layout mal planejado atrasa a produção e compromete a fluidez das operações. Quando o deslocamento de materiais e pessoas é excessivo ou desorganizado, o tempo gasto em tarefas simples aumenta e a produtividade cai.

Além disso, um ambiente que não considera princípios de ergonomia industrial pode causar fadiga nos operadores, acidentes e até afastamentos.

Como resolver:

  • Siga o princípio: quanto menos transporte interno, melhor.
  • Redesenhe o layout com base no fluxo de materiais e processos.
  • Elimine movimentações desnecessárias.
  • Invista em equipamentos de movimentação como empilhadeiras, esteiras e pontes rolantes.

2. Tempos de preparação prolongados

2. Tempos de setup (preparação) elevados

O tempo gasto para preparar uma máquina entre diferentes ordens de produção (o setup) é um dos maiores vilões da produtividade. Setups longos aumentam o tempo ocioso dos equipamentos e elevam os custos por produto.

Como resolver:

  • Treine os operadores para executar a preparação com agilidade.
  • Estude e aplique técnicas de setup rápido, como o SMED.
  • Padronize procedimentos.

3. Falta de manutenção preventiva

Máquinas mal conservadas causam paradas não planejadas, retrabalho, perda de material e atrasos na entrega. A ausência de manutenção sistemática também compromete a vida útil dos equipamentos e eleva os custos operacionais.

Como resolver:

  • Envolva operadores na manutenção autônoma básica.
  • Implante um plano de manutenção preventiva e preditiva.
  • Registre e monitore falhas para prever intervenções.

4. Treinamento insuficiente da equipe

Funcionários sem formação adequada cometem mais erros, produzem com menor eficiência e tendem a gerar mais refugos. A falta de padronização no treinamento também resulta em variações indesejadas no processo.

Como resolver:

  • Crie um programa de integração e reciclagem de pessoal.
  • Ofereça treinamentos técnicos regulares e capacitação contínua.
  • Documente os procedimentos operacionais padrão (POPs).

5. Falta de avaliação e indicadores de desempenho

Não se pode gerenciar aquilo que não se mede. Sem indicadores confiáveis, é impossível identificar gargalos, comparar turnos, avaliar produtividade ou promover melhorias com base em dados.

Como resolver:

  • Analise os dados periodicamente e envolva os times na busca por soluções.
  • Utilize sistemas de apontamento da produção no chão de fábrica.
  • Defina KPIs como OEE (Eficiência Global dos Equipamentos), produtividade por operador, tempo de ciclo, entre outros.

6. Planejamento de produção inadequado

A ausência de um plano de produção claro e bem estruturado leva a paradas, retrabalho, conflitos entre ordens de produção e uso ineficiente dos recursos.

Como resolver:

  • Respeite as características técnicas da produção. Por exemplo, em uma fábrica de tintas, produzir das cores claras para as escuras evita setups desnecessários.
  • Estruture um setor de PCP (Planejamento e Controle da Produção) competente.
  • Utilize softwares específicos para otimização de sequência produtiva.

7. Ambiente desorganizado e falta de padronização

Um ambiente desorganizado não só atrasa processos, como também aumenta riscos de acidentes e falhas de comunicação. Itens fora do lugar, estoques mal alocados e ferramentas espalhadas dificultam a execução das tarefas.

Como resolver:

  • Promova inspeções rotineiras para manter a ordem.
  • Aplique metodologias como 5S para organizar o ambiente.
  • Estabeleça locais definidos para ferramentas, materiais e documentos.

8. Fornecedores pouco confiáveis

A qualidade e a pontualidade dos fornecedores impactam diretamente o rendimento do chão de fábrica. Atrasos nas entregas ou materiais fora das especificações geram paradas, retrabalho e desperdícios.

Como resolver:

  • Formalize requisitos de qualidade e prazos em contrato.
  • Avalie e classifique seus fornecedores periodicamente.
  • Tenha planos alternativos para suprimentos críticos.

9. Perda de materiais e falta de rastreabilidade

Extravio, desperdício ou uso incorreto de materiais afeta o custo de produção e dificulta o controle de estoque. Além disso, a falta de rastreabilidade pode gerar dificuldades em casos de devoluções, reclamações ou auditorias.

Como resolver:

  • Faça inventários periódicos e auditorias de movimentação.
  • Implante sistemas de controle de estoque em tempo real.
  • Use etiquetas, códigos de barras ou QR Codes para rastrear materiais.

Coloque em prática

A produtividade do chão de fábrica está diretamente ligada à qualidade da gestão, da organização dos processos e ao investimento em estrutura, pessoas e tecnologia. Esperar grandes resultados sem cuidar da base operacional é uma armadilha perigosa.

Portanto, identificar e eliminar esses nove problemas pode representar um salto de eficiência e competitividade para sua indústria. A modernização da produção não exige, necessariamente, grandes investimentos, mas sim consistência, disciplina e foco em melhoria contínua.

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Autor do Artigo

Thiago Leão

Engenheiro Mecânico Industrial formado na UERJ, Sócio e diretor comercial da Nomus. Thiago já atuou em fábricas de diversos setores, como: Embarcações, perfuração submarina, metal mecânica, materiais de escritório, alimentício, cosméticos e tubulação.

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