Atualizado em 10/06/25 - Escrito por Thiago Leão com colaboração de João Pedro Brutschin na(s) categoria(s): Custos e Finanças
Custo padrão é uma ferramenta gerencial de produção que representa um valor estipulado como meta para a empresa. É usada para planejar e controlar seus gastos, investimentos, operações, desempenho da produção etc. É usado em comparação ao custo real.
O valor usado para esse indicador é estipulado com base na expectativa de gastos. Se a sua empresa pagar mais ou pagar menos para gerar certo produto ou executar certa atividade produtiva, a diferença aponta problemas ou oportunidades.
Antes de prosseguir com o artigo, quero deixar claro que custo padrão é valor estipulado como meta, mas não pode ser gerado a partir apenas de idealizações. É preciso considerar cálculos e valores realistas de custos. Abaixo, você entende melhor.
Faça uma boa leitura!
Índice do artigo
Custo padrão é um valor que a empresa estipula como meta para seus custos na produção. É uma ferramenta gerencial e é definida no planejamento da empresa. O valor é comparado ao custo real para saber se as meta foi alcançada ou não e por quê.
Por exemplo, vamos supor que você tem uma indústria de laticínios. Junto com seus colegas gestores, vocês decidiram que, neste mês, gastariam apenas 3 reais de frutas para cada x litros de sorvete e colocaram a informação no seu ERP para fábrica de sorvetes.
No mês seguinte, vocês abriram seus dashboards do painel financeiro que oferece dados em tempo real. A ferramenta mostra que foram gastos 5 reais de frutas para cada x litros de sorvete. Então, através das ferramentas de rastreio do seu ERP Industrial e dos documentos, identifica o que levou ao gasto não planejado.
O custo de 3 reais era o planejado, a meta, era seu custo padrão. O valor gasto de fato, os 5 reais, são o custo real. Agora, cabe a você e seus colaboradores calcular a variação, investigar as causas dessa variação, o que poderia ter sido feito de diferente, se o erro foi no planejamento etc.
NOTE: O CUSTO PADRÃO NÃO É DEFINIDO COM BASE EM ACHISMO. É preciso fazer levantamento de dados de engenharia de produto e de custos diretos e indiretos para definir esse valor.
O custo padrão, por ser uma ferramenta, pode ser aplicada em diferentes maneiras e contextos. Por conta das suas variações, convenciona-se separá-lo em 3 tipos conforme essa aplicabilidade.
Confira quais são:
O custo padrão é uma ferramenta que apresenta vantagens significativas para o PODC (Planejar, Organizar, Dirigir e Controlar) de uma empresa quanto a gastos e produção. No entanto, como qualquer instrumento de gestão, pode trazer obstáculos na sua implantação. Todos eles são resolvíveis e te mostro cada um abaixo:
O custo padrão não é valor “obtido”, mas sim determinado pelo gestor e não existe uma fórmula única, porque cada recurso (matéria-prima, mão de obra etc) tem suas variáveis, apesar de uma base comum.
O cálculo é realizado desta forma quando se considera todos os recursos empenhados:
custo padrão da produção = quantidade padrão de recurso por unidade × custo padrão por unidade
Para chegar aí, precisamos somar o custo padrão por unidade referente a cada um desses recursos, as chamadas variáveis, que veremos no tópico posterior a este.
A fins de exemplo, aqui está o cálculo da produção de uma espada em uma fábrica de armas brancas para coleções e esportes:
Matéria-prima: Madeira maciça
Mão de obra direta (MOD)
Custos indiretos de fabricação (CIF)
Resumo do custo de produção da cadeira:
Componente | Cálculo | Custo (R$) |
Matéria-prima (madeira) | 5,2 kg × R$ 4,50/kg | 23,40 |
Mão de obra direta | 1,5 h × R$ 20,00/h | 30,00 |
Custos indiretos (CIF) | 1,5 h × R$ 10,00/h | 15,00 |
Total | 23,40 + 30,00 + 15,00 | 68,40 |
Custo padrão unitário da cadeira: R$ 68,40
Exemplo de custeio real realizado no sistema Nomus ERP Industrial:
Confira a funcionalidade completa.
O custo padrão é definido considerando cálculos das variações de custos indiretos, matéria-prima e mão de obra, que por si só também são calculadas a partir de outras variações.
Enquanto o CIF é composto por diversas contas fragmentadas, a matéria-prima e a mão de obra são de cálculo obrigatório e cada uma é composta por três variações diferentes.
Confira quais são elas:
Tipo de variação | Fórmula | O que indica |
Variação de quantidade | (quantidade real – quantidade padrão) × custo padrão | Gasto maior ou menor de insumo do que o planejado |
Variação de preço | (custo real – custo padrão por unidade) × quantidade padrão | Pagamento acima ou abaixo do esperado pelo insumo |
Variação mista | (quantidade real – quantidade padrão) × (custo real – custo padrão) | Impacto combinado de preço e consumo fora do previsto |
Tipo de variação | Fórmula | O que indica |
Variação de eficiência | (tempo real – tempo padrão) × taxa padrão por hora | Desempenho do operador acima ou abaixo do tempo planejado |
Variação de taxa | (taxa real – taxa padrão por hora) × tempo padrão | Diferença entre o custo esperado e o custo real da mão de obra |
Variação mista | (tempo real – tempo padrão) × (taxa real – taxa padrão) | Efeito combinado de tempo e custo por hora fora do esperado |
Existe outra categoria de conceitos de custo totalmente relacionados ao custo padrão. São aqueles classificados entre custos fixos, variáveis, diretos e indiretos, que inclusive costumam ser confundidos ou mal interpretados em empresas e universidades.
Logo, um custo pode ser encontrado sempre com duas dessas características: fixo ou variável e direto ou indireto. Entenda as diferenças:
A diferença entre custos fixos e custos variáveis está na sua relação com o volume de produção ou vendas, assim como no seu prazo para pagamento. Por exemplo, todos os custos que acontecem em uma semana de produção, como aluguel de galpão e salário de colaboradores, é fixo.
Nesse período de tempo, esses valores não mudarão a longo prazo, decisões estratégicas como reduzir ou aumentar equipes, expandir ou reduzir armazéns, tornam esses custos variáveis.
A classificação dos custos entre diretos ou indiretos se refere à facilidade de associação entre o custo e a fabricação do produto. Isso é, o aço usado para fabricar estruturas metálicas é claramente um custo direto da produção em uma metalúrgica – enquanto o marketing de venda desse produto é um custo indireto.
Saiba mais no artigo dedicado: Custos fixos, variáveis, diretos e indiretos – o guia completo para sua empresa
O custo padrão pode causar bastante confusão para os gestores e estudantes. Dá a entender que é o custo padrão praticado, o comum, mas não é. Trata-se de um valor determinado como meta. O valor que deveria ser gasto na produção.
O custo real é o que de fato foi gasto na produção. Os valores com que você realmente arcou para produzir o que queria com o custo padrão. Ele reflete o desempenho prático da operação, considerando perdas, variações de preços, ineficiências e melhorias.
Dessa forma, vamos levantar novamente as definições de cada conceito:
Simplificando, temos:
Usar um sistema ERP para integrar todos os dados da sua empresa (produção, compras, estoque, vendas, cadastros de fornecedores, cotações de compras etc) permite chegar ao cálculo automático do custo padrão com alta precisão.
O Nomus ERP Industrial é capaz de entregar essa e outras funcionalidades de custeio, confira:
Cálculo automatizado do custo padrão:
Integração com roteiro de fabricação:
Integração com a lista de materiais:
Custo hora padrão:
Formação de preço de venda:
Tabela de preço completa:
Descubra a lucratividade da sua produção:
Conheça o Nomus ERP Industrial – o custo padrão da demonstração é grátis:
O custo padrão é só uma das diversas ferramentas de gestão importantes para a produção de uma indústria. Você pode aprender sobre cada um dos conceitos existentes da administração industrial em apenas um blog. Este mesmo blog onde você leu o artigo acima.
Recorrentemente, eu, colegas e convidados, todos profissionais da indústria, publicamos matérias sobre os diversos tipos de assuntos da gestão industrial. Custos, produção, processamento de materiais, marketing e muito mais, e você pode acompanhar tudo facilmente.
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Engenheiro Mecânico Industrial formado na UERJ, Sócio e diretor comercial da Nomus. Thiago já atuou em fábricas de diversos setores, como: Embarcações, perfuração submarina, metal mecânica, materiais de escritório, alimentício, cosméticos e tubulação.
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