Plasticidade neural e desenvolvimento de hard skills: o papel do mindset na aprendizagem


Atualizado em 31/10/25 - Escrito por Mário Sérgio Corsini na(s) categoria(s): Recursos Humanos

A neurociência comportamental é um campo interdisciplinar que estuda a relação entre os processos neurais e o comportamento humano.

É a investigação de como as estruturas e funções do sistema nervoso influenciam o comportamento, as emoções e os processos cognitivos. Ela combina conhecimentos de neurociência, psicologia e biologia para entender como o cérebro afeta ações, reações e interações sociais.

A estrutura cerebral tem a função de analisar como as diferentes áreas do cérebro, por exemplo, o córtex pré-frontal, amígdala e hipocampo, estão envolvidas em comportamentos específicos, como tomada de decisões, memória e regulação emocional.

Os neurotransmissores estudam o papel das substâncias químicas no cérebro (como dopamina, serotonina e norepinefrina) que afetam o humor, motivação e comportamento.

A plasticidade neural tem como função examinar como o cérebro se adapta e muda em resposta a experiências e aprendizados, permitindo a formação de novas conexões neurais.

A neurociência comportamental é aplicada na prática em áreas como a educação, psicologia, desenvolvimento pessoal e outras afins.   

Na área da educação, busca compreender como os processos neurais influenciam a aprendizagem e podem ajudar no desenvolvimento de novos métodos de ensino mais profícuos.

Na psicologia, promove a explicação dos comportamentos nos contextos clínicos, como, por exemplo, fobias, depressão e ansiedade, permitindo tratamentos mais orientados.

Já no desenvolvimento pessoal, é responsável pelo fornecimento dos insights sobre como as crenças e as mentalidades afetam o aprendizado e o desenvolvimento das habilidades.

A implementação do mindset fixo e do mindset de crescimento é crucial na gestão das organizações, especialmente no contexto acadêmico. Os mindsets fixo e de crescimento na gestão das organizações proporcionam um impacto significativo no dia a dia laboral.

A compreensão das evidências do mindset fixo antes da implementação do mindset de crescimento pode ser muito valiosa. Quando é possível identificar as características e limitações do mindset fixo, é possível compreender como o medo de falhar ou a crença de que habilidades são inatas podem prejudicar o desempenho do colaborador.

Detectar como o mindset fixo pode afetar a forma como você lida com desafios e feedback possibilita reconhecer os seus padrões de comportamento. Identificar o que está em jogo quando se está vivenciando um mindset fixo pode ser um forte motivador para a adoção de um mindset de crescimento.

Quando da implementação do mindset de crescimento, será possível focar em apreender com os erros, valorizando o processo de aprendizado em vez de se preocupar somente com os resultados.

Cultivando a resiliência, você estará desenvolvendo a capacidade de superar obstáculos e persistir, incentivando a colaboração e o feedback construtivo entre os membros da equipe.

Assim, o entendimento do mindset fixo serve como uma base sólida para uma transição mais eficaz para o mindset de crescimento. Essa abordagem pode resultar em um desenvolvimento pessoal e profissional mais robusto.

 A interação entre mindsets e habilidades é fundamental para o desenvolvimento profissional.

Um mindset de crescimento promove tanto o aprimoramento de hard skills quanto de soft skills, promovendo um ambiente de aprendizado e adaptação. Essa prática é vital para o sucesso individualizado dos colaboradores e das organizações em um mercado em franco desenvolvimento.

O inter-relacionamento entre neurociência comportamental, mindsets e habilidades revela como as nossas crenças e mentalidades contribuem para o aprendizado e desenvolvimento.

Colocar em prática um mindset de crescimento poderá não apenas proporcionar uma melhoria nas habilidades técnicas e interpessoais, mas também otimizará o funcionamento do cérebro, proporcionando aos colaboradores mais adaptabilidade e resiliência.

plasticidade neural

1. A neurociência comportamental aplicada à plasticidade neural

A plasticidade neural está profundamente interligada à neurociência comportamental. Elas se conectam por alguns motivos, como: adaptação e aprendizado, mudanças comportamentais, reabilitação e influência do ambiente.

A plasticidade neural refere-se à capacidade do cérebro de se reorganizar e formar novas conexões sinápticas em resposta a experiências, o que é fundamental para processos de aprendizado e memória.

Quando as novas mudanças comportamentais ocorrem, novas habilidades serão assimiladas ou novos comportamentos serão praticados. A plasticidade neural permite que o cérebro se adapte, influenciando diretamente o comportamento do indivíduo em diferentes circunstâncias.

Nos contextos terapêuticos, como após um acidente vascular cerebral, a plasticidade neural é crucial para a recuperação. A neurociência comportamental investiga como as intervenções estimulam as adaptações e promovem as mudanças positivas no comportamento do indivíduo.

Os componentes do meio ambiente, como estresse ou enriquecimento, podem afetar a plasticidade neural, demonstrando como o entrosamento entre o cérebro e o comportamento pode ser moldado por experiências externas.

Portanto, compreender a plasticidade neural é imprescindível para a neurociência comportamental, pois oferece a base biológica que elucida como e por que mudar os comportamentos progressivamente.

2. Hard skills aplicadas ao comportamento humano no ambiente laboral

As hard skills são habilidades técnicas e específicas que podem ser mensuradas e ensinadas, como programação, contabilidade ou uso de softwares. No ambiente laboral, essas habilidades são imprescindíveis para a execução de tarefas e o cumprimento de objetivos.

As hard skills têm poder de influenciar diretamente o desempenho dos colaboradores, possibilitando que eles executem as suas funções de maneira efetiva.

Em um cenário com mudanças permanentes, a capacidade de assimilar novas hard skills com agilidade poderá impactar a resiliência e a adaptabilidade de um colaborador.

Os programas de capacitações direcionados para as hard skills ajudam os colaboradores a se manterem atualizados e competitivos, aumentando a satisfação e a retenção de talentos.

Mensurando as hard skills durante as avaliações de desempenho, pode-se fornecer insights sobre as áreas que necessitam de desenvolvimento e treinamento.

A identificação de hard skills específicas durante o processo de seleção ajuda a alinhar as competências dos candidatos às necessidades da organização.

Os colaboradores com base consistente de hard skills são mais propensos a contribuir para a inovação, pois têm os apetrechos necessários para implementar as novas ideias e soluções.

Essas interações mostram como as hard skills não são apenas habilidades técnicas, mas também condicionam os comportamentos e dinâmicas dentro do ambiente laboral.

3. Influências das hard skills e soft skills no comportamento humano

As hard skills e soft skills têm influências distintas, mas são complementares no comportamento humano, especialmente no ambiente laboral. As hard skills são habilidades técnicas e específicas, como programação, contabilidade ou operação de máquinas.

Elas aprofundam a capacidade de execução das suas rotinas diárias, maximizando a eficiência. Os colaboradores com hard skills bem desenvolvidas tendem a se sentir mais seguros em seu labor.

 As organizações tendem, na busca por essas habilidades, a capacitarem os seus colaboradores para atender às exigências técnicas.

Já as soft skills referem-se a habilidades interpessoais e emocionais, como comunicação, empatia e trabalho em equipe. Proporciona a interação entre as equipes e promove um ambiente de trabalho mais harmônico. Ajuda os colaboradores a se ajustarem a mudanças e a solucionarem os conflitos de maneira eficaz.

 As soft skills são imprescindíveis na liderança das equipes e inspiram maior confiança.

A combinação de hard skills com soft skills é de suma importância. Como, por exemplo, um programador pode ter habilidades técnicas excepcionais, mas, se não souber se comunicar de maneira correta, seu potencial poderá ser limitado.

Um líder pode ser um exímio motivador da sua equipe, mas, sem as hard skills ideais, poderá ter maiores dificuldades em compreender o labor técnico que sua equipe promove.

Resumindo, enquanto as hard skills garantem a execução de tarefas específicas, as soft skills desenvolvem um ambiente colaborativo e adaptável, essencial para o sucesso a longo prazo.

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Autor do Artigo

Mário Sérgio Corsini

Mestre em Administração pela Universidade MUST UNIVERSITY da Flórida – U.S.A. Pós-graduado em Gestão de Negócios e Controladoria pela Universidade de Jales, SP; Pós-graduado em Educação Financeira com Neurociência para Docentes. Metodologia DSOP. Faculdade Unoeste de Presidente Prudente, SP. Pós-graduação em Finanças Comportamentais. Faculdade Unoeste de Presidente Prudente, SP. Pós-graduado em Pedagogia Empresarial pelas Faculdades Metropolitana de Ribeirão Preto, SP, e bacharel em Ciências Contábeis pelas Faculdades Integradas “Rui Barbosa” de Andradina, SP.

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